sábado, 24 de janeiro de 2009

A UNE já voltou pra casa, volta pra luta quando?

A UNE já retornou pra sua casa (terreno na Praia do Flamengo, Rio de Janeiro,
onde se localizava a sede nacional da UNE, incendiada nos primeiros momentos do golpe
de 1964) em uma reparação histórica fruto de uma intensa agenda de mobilização
durante a Bienal de Cultura da UNE em principio 2007. Tal mobilização contou com a
presença não apenas dos diretores da UNE como do conjunto do movimento estudantil.
A UNE está de volta a casa, porém segue longe, muito longe das lutas.
Recentemente durante as mobilizações da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso” a
ausência da UNE foi, além de evidente, preocupante. A UNE não pode sofrer tanta
influência direta em seus posicionamentos do seu campo majoritário (UJS / PCdoB). O
fato do Presidente da ANP (Agencia Nacional do Petróleo), que é quem organiza os
leilões das bacias de petróleo, ser o vice presidente do PCdoB Haroldo Lima não pode
impedir que a UNE, com todo o seu peso histórico e de mobilizações fique passiva diante
dos acordos na base do Governo Luis Inácio, o Lula.
A UNE não pode se pautar pelos compromissos assumidos pelo PCdoB / UJS na
base do Governo Federal. Postura como a vergonhosa passeata estudantil apoiando
Eduardo Paes do PMDB no segundo turno das eleições cariocas, nem mesmo diante das
justificativas mais sem fundamentos que argumentavam que tal apoio teria sido apenas
da presidente da UNE, como se a própria defesa de presidencialismo e suas atribuições
para a UNE feita pela UJS fossem ignoradas, isso sem levar em consideração o fato de
que Lucia Stumpf não é carioca, e não tem seu domicilio eleitoral no Rio de Janeiro, tendo
como projeção política seu nome enquanto presidente da entidade.
A UJC possui a compreensão de que a entidade UNE é maior que as forças que a
compõem, e, portanto, não devendo ser pautada pelas necessidades das organizações
que a dirigem. Devemos fortalecer o dialogo da UNE diretamente com a base do
movimento, com os estudantes, nos cursos, nas faculdades e universidades do Brasil.
A UNE deve voltar suas atenções a um projeto de educação que de fato
revolucione a educação superior brasileira, devemos debater em todo o lugar, onde
houver estudantes a Universidade Popular, a possibilidade e a necessidade de se
construir uma proposta de Universidade diferente, qualitativamente nova.
Queremos uma UNE independente de governos e partidos, que não se receie de
criticar, mobilizar e organizar a luta dos estudantes e além, se integrar a todas as lutas
justas e necessárias, mesmo contra o a presidência de Lula, com seus ataques aos
direitos dos trabalhadores e sua política em defesa do interesse do grande capital.
A UJC reafirma seu compromisso com a UNE, desde sua fundação, passando
pelos anos onde a UNE era dirigida pela direita, caçada pela ditadura, reorganizada pela
base até os dias de hoje, mas nosso compromisso é político, não somente com o símbolo
da UNE, nem com sua bandeira, mas com a sua luta, com sua trajetória, com o
movimento estudantil representado e dirigido pela UNE. Defendemos a Unicidade do
movimento estudantil, pois em momentos como esses a divisão e o pluralismo de
organizações prejudica e divide o movimento, num momento de fragilidade, de ofensiva a
cooptação pela elite dos movimentos sociais. A UJC defende uma UNE mais democrática,
mais participativa, mais presente nas lutas estudantis.
Defendemos hoje, mais do que por possibilidade, mas por necessidade a tarefa de
trazer a UNE de volta para as Lutas e para os estudantes.

Coordenação Nacional da UJC.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

UJC - Declaração Política

A mais grave crise da história do capitalismo bate às portas da humanidade, anunciando várias conseqüências negativas para o proletariado. Para tentar sair da crise, o capital não pensa duas vezes ao saquear os cofres públicos para salvar banqueiros e oligopólios; não vacilara um minuto em atacar ainda mais os salários, os direitos sociais e trabalhistas, além de diminuir a qualidade dos serviços públicos; não tergiversara um só instante ao aprofundar a exploração e a barbárie, sem se importar com o agravamento da fome e da miséria; não titubeara em recorrer a mais guerras e agressões militares nem em recrudescer a criminalização aos movimentos sociais e às organizações populares e revolucionárias. Cada vez mais se acentuará no mundo a contradição entre o capital e o trabalho.

Neste contexto, o imperialismo estadunidense a fim de dar uma sobrevida a seu sistema de dominação, já que vem enfrentando uma das maiores crises da história universal, volta seus olhares e garras sobre a América Latina. Como exemplo, tomamos a continuidade do nefasto bloqueio econômico imposto a Cuba, que heroicamente resiste há 50 anos sem dobrar-se ao imperialismo, mantendo-se com todas as vicissitudes, no rumo da construção da sociedade socialista. Como parte de nossas manifestações de solidariedade a Cuba Socialista, a UJC fazemos parte da Brigada de Solidariedade a Cuba e comemoraremos, sem vacilações, os 50 anos de nossa Revolução Cubana ao longo do ano.

O capital e o imperialismo, no bojo da sua crise, vem sofrendo uma resistência ferrenha pelos povos que não aceitam mais tal tipo de dominação. Um dos casos exemplares é a luta dos trabalhadores e do povo grego contra a opressão do capital e a constante diminuição e precarização dos direitos dos trabalhadores naquele país. A resistência que se manifestou através de confrontos de rua contra a policia grega e nos processos de greve geral, abrem a possibilidade de um acúmulo para a construção de mecanismos de poder popular que façam avançar as lutas pelo socialismo.

No oriente médio, alguns setores do povo palestino resistem à ofensiva do Estado Sionista de Israel. A política de eliminação física do povo palestino levada a cabo pela chanceler Tzipi Livni, filha de militantes do grupo terrorista Irgun, fundado na década de 1920 por Zeev Jabotinsky, amigo pessoal de Mussolini mostra que tanto o Kadima quanto o Likud, são farinha do mesmo saco, disputando a legitimidade do legado de Jabotinsky. A Direita Sionista, sustentada pela burguesia israelense e pelo imperialismo estadunidense, aposta na reconstrução de um estado chamado Israel que tenha suas fronteiras delineadas pelos versículos bíblicos e que reconduzam o povo de Israel, no sentido de todos os judeus, para a reconstrução do templo e a redenção do povo escolhido. Para tanto, buscam junto à teoria revisionista garantir uma maioria judaica no Estado, custe o que custar, o chamado Iron Wall. Isso envolve, inclusive, a eliminação física do povo palestino. No entanto não podemos confundir governo, classes e Estado. Há uma resistência binacional ferrenha comungada entre israelenses e palestinos pela superação da lógica do muro de ferro e pela convivência pacifica de povos co-irmãos. O Partido Comunista Israelense condena o massacre cometido pela direita sionista contra o povo palestino de Gaza e mobiliza amplos setores em uma frente popular contra o fascismo revisionista. Não podemos deixar de atentar para uma confluência conjuntural entre interesses nacionais sionistas revisionistas e interesses imperialistas estadunidenses. A UJC toma partido nessa querela atentando para o estabelecimento de uma linha justa, que não permita nem a ascensão do fascismo sionista revisionista, tampouco do anti-semitismo e do fundamentalismo islâmico.

No cenário nacional, os Jovens Trabalhadores da UJC vem somando esforços na construção da Corrente Sindical Unidade Classista e no fortalecimento da INTERSINDICAL e participaremos das mobilizações dos trabalhadores no enfrentamento dos efeitos da Crise Econômica Mundial.

Estivemos presentes no Seminário Internacional Juvenil pela Paz na Colômbia e no XIIIº Congresso da Juventude Comunista Colombiana, reafirmamos nossa solidariedade irrestrita a JUCO na luta pela Paz Democrática, com justiça social e econômica na Colômbia. Denunciamos à comunidade internacional as atrocidades cometidas pelo Governo fascista de Uribe através de sua política de “segurança democrática” onde se mata inocentes jovens colombianos para propagandear falsas estatísticas (Falsos positivos) de mortos em combate contra a insurgência. Não colaboramos com a satanização e criminalização de organizações políticas insurgentes, como as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e defendemos o processo de negociação política (através da UNASUR) reconhecendo o conteúdo político, econômico e social do conflito colombiano.

Estaremos em Belém (Para) no Fórum Social Mundial levando a seguinte mensagem dos jovens comunistas - Socialismo: o outro mundo possível. A crise enterra as ilusões dos que pretenderam humanizar o capitalismo.

Participamos desde a primeira hora da campanha nacional O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO! A ocupação do prédio da PETROBRAS e a luta contra a décima rodada de licitação do Petróleo foram as primeiras ações desta campanha de fundamental importância na qual nós da UJC impulsionaremos em todas nossas frentes de atuação nos Estados onde estamos organizados.

A soberania nacional é ponto chave nesta discussão. Não é a toa que novamente os esquifes imperialistas navegam em nossas águas territoriais, nos lembrando das peripécias de articulação dos golpes na América Latina. Durante 40 anos a quarta frota não colocava suas “asinhas de fora” e agora vem para bisbilhotar as novas descobertas de ouro negro feitas em nosso território. Não fazem esse tipo de ameaça sem aliados. Seus comparsas são lobos em peles de cordeiros, o governo Lula e seus aliados, inclusive o PC do B vem rezando na cartilha do Império. A ANP demonstra-se cada vez mais vacilante e inclusive entreguista com o patrimônio nacional estratégico. Doou a empresa Haliburton os bancos de dados da Petrobras, construídos durante 50 anos de dura e árdua pesquisa autônoma e nacional na área petrolífera.

Vamos ao 12º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE para trazer a UNE para a luta dos estudantes na perspectiva da construção da Universidade Popular. Defendemos que a UNE tenha autonomia frente ao Governo Lula, que a entidade possa avançar na organização e luta do movimento estudantil brasileiro, que busque a unidade de ação com organizações nacionais como a INTERSINDICAL e o MST e tenha propostas avançadas para transformarmos as estruturas das universidades brasileiras. Rechaçamos o divisionismo e o paralelismo no movimento estudantil brasileiro nos esforçando para que a entidade nacional dos estudantes universitários possa contribuir de fato com as lutas gerais da juventude brasileira. Saudamos a iniciativa da UNE de construção junto a Organização Caribenha e Latino Americana dos Estudantes - OCLAE da primeira bienal Latino Americana de Cultura e Arte.

Defendemos a construção de uma FRENTE POLÍTICA baseada num programa comum e na unidade de ação, não apenas para disputar eleições, mas para unir, organizar e mobilizar os setores populares num bloco histórico para lutar por uma alternativa de esquerda para o país, capaz de galvanizar os trabalhadores pelas transformações econômicas, sociais e políticas, na perspectiva do SOCIALISMO.

A União da Juventude Comunista, UJC, em seus 81 anos de história, reorganizada em 2005, configura a mais antiga organização de juventude em atividade no Brasil. Carregamos em nossa trajetória inúmeras bandeiras, sendo que várias delas, ainda hoje demonstram vigência e atualidade. A grande jornada nacional de luta pelo petróleo, a luta contra o fascismo e o imperialismo, a luta pela livre associação e a luta pela paz e o socialismo.

Em 2009, realizaremos nosso Congresso Nacional na perspectiva de buscar uma maior inserção e organização da UJC em várias frentes de luta. A atual conjuntura nos requer maiores responsabilidades na compreensão e na prática coletiva, para alçarmos a UJC como força política nacional capaz de impulsionar as lutas da juventude brasileira e estar condizente com sua história de lutas.

Viva a União da Juventude Comunista!
Comissão Política Nacional da UJC – BRASIL
Rio de Janeiro, 03 de janeiro de 2009.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Marcha da Juventude II

Juventude da classe trabalhadora em Luta contra as demissões, em defesa dos direitos e da Soberania do país!A Vale é Nossa!! A Crise Não!!

A atual crise econômica, a pior dos últimos 80 anos, que assola a economia mundial e já afeta gravemente o Brasil demonstra a falência deste sistema econômico que além de não permitir uma vida digna à grande maioria, gera de tempos em tempos as crises que aumentam ainda mais as desigualdades. Ao contrário do que afirmam a mídia e os governos as crises não são obra do acaso ou responsabilidade de apenas alguns investidores. As crises são conseqüência do próprio desenrolar do sistema capitalista. Ou seja, o próprio capitalismo é responsável pelas crises que se apresentam ao final de cada ciclo de expansão econômica. Depois de lucrar muito nos períodos de crescimento, as empresas querem, nos momentos de crise, penalizar os trabalhadores com desemprego e perda de direitos. Não produzimos essa crise e não devemos pagar por ela. Não podemos permitir as demissões, as perdas de direitos e precisamos cobrar do Estado uma posição que favoreça os trabalhadores e não os banqueiros e empresários.Um dos exemplos mais marcantes do absurdo que significa cobrar a conta da crise dos trabalhadores é o da ex-estatal Vale. A empresa lucrou nos últimos 6 anos 40 bilhões de dólares (cerca de 80 bilhões de reais), o lucro registrado pela empresa em 2008 é o 3° maior da história do país. Apesar dos anos dourados tamanha riqueza não foi repartida com os verdadeiros produtores, nos últimos 10 anos o que se viu foram irrisórios reajustes salariais e perda de direitos pelos trabalhadores, além de aumento do ritmo de trabalho. Nos últimos 12 anos a Vale reduziu os custos da mão de obra de 16% para 2,8 % . A Vale divulgou que possui reserva de 15 bilhões de dólares, esse dinheiro é suficiente para pagar o salário de todos s trabalhadores da empresa por 10 anos. Porque então os trabalhadores precisam pagar a fatura da crise?O setor de mineração em Minas Gerais , que tem como maior representante a Vale, foi e continua sendo símbolo do saque das riquezas de nosso país e é o melhor retrato do quão nefasto é este modelo econômico, que neste momento de crise revela sua verdadeira cara. O ouro extraído aqui no período colonial foi enviado para a Europa sem nenhum retorno concreto ao Brasil. Da mesma forma nossos minérios têm sido enviados hoje ao exterior deixando aqui apenas a devastação ambiental. Minas Gerais é líder do setor no Brasil, com 44% de participação. Quase 50% da produção nacional de ouro têm origem em Minas, que é responsável por aproximadamente 53% da produção brasileira de minerais metálicos e 71% de minério de ferro. A cadeia produtiva mineral representa 30% do PIB estadual. A maior parte de toda essa riqueza é produzida e exportada sob o controle de grandes empresas transacionais, cujos lucros são destinados ao exterior. Essas empresas são beneficiadas de isenções tributárias como a garantida pela lei Kandir que determina que as atividades primário-exportadora s sejam isentas de pagamento de ICMS(18%). Além disso, os royalties pagos pelo setor são irrisórios. Em 2007 quando as exportações do setor somaram R$ 16 bilhões foram pagos apenas R$ 153 milhões em royalties, ou seja, menos de 1%.A Juventude está mobilizada junto aos Movimentos Populares e Sindicais para conclamar o povo brasileiro a neste momento de crise se levantar e Lutar! Nossa luta é para construir uma sociedade melhor, onde a riqueza seja repartida para os que realmente a produzem: os trabalhadores e as trabalhadoras do campo e da cidade.Denunciamos:1- As respostas à crise que penalizam os trabalhadores: Por todo o país as empresas anunciam férias coletivas, suspensão de contratos e acenam aos trabalhadores com propostas que sugerem redução de salários, flexibilização dos contratos de trabalho com perda de direitos, planos de demissões “voluntárias” e demissões em massa. O exemplo da Vale é simbólico, 7.300 trabalhadores da empresa estão em férias coletivas e as demissões podem chegar a 9 mil entre trabalhadores diretos e terceirizado.2- A crise em Minas: Em Minas as grandes empresas situadas no estado como a Vale, V&M, Fiat, Acelor Mittal, Usiminas, Gerdau entre outras anunciaram férias coletivas da maior parte dos seus funcionários e acenam aos sindicatos com a “necessidade” de demissões. As demissões no estado já totalizam 6,7 mil. Denunciamos a grave situação de Itabira onde já foram demitidos 1, 8 mil trabalhadores. Gravíssima, também, é a situação de Sete Lagoas, onde os cortes realizados nos últimos dois meses somam 3,6 mil, em uma base que antes era de 11 mil trabalhadores. Na Grande BH as filas do seguro desemprego aumentaram assustadoramente, o crescimento foi de 57% em Belo Horizonte , números parecidos são encontrados em Betim e Contagem. As respostas dadas pelo governo estadual são insatisfatórias e auxiliam apenas aos grandes empresários.3- A Privatização da Vale: Neste momento de crise, no qual anuncia demissões e retirada dos direitos dos trabalhadores, a Vale mostra mais uma vez que não está a serviço dos interesses dos trabalhadores e do país, é preciso mais do que nunca denunciar a vergonhosa doação da empresa. A Privatização da então Companhia Vale do Rio Doce foi cercada de questões ilícitas e vem sendo questionada por inúmeras ações judiciais. Apontamos algumas irregularidades na privatização: o BRADESCO participou do consórcio de avaliação da venda da CVRD, montou o edital de venda da companhia e mais tarde tornou-se um de seus controladores (o que é proibido por lei). O atual presidente da empresa, Roger Agnelli, dirigiu o Bradesco por 20 anos. Foram demitidos 11 mil trabalhadores no processo de privatização. Além disso, a CVRD foi vendida por um preço irrisório de R$ 3,3 bilhões perto do patrimônio da empresa e do seu valor estratégico para o país. A VALE é um complexo econômico de 64 empresas. É a 2°maior mineradora do mundo, 1° produtora de ferro do mundo, maior do mundo em variedades minerais, está presente em 13 estados brasileiros e uma área de 23 milhões de hec, sob esse domínio territorial estão incalculável riqueza em minérios, biodiversidade e água. Podemos mensurar o quão criminoso foi a privatização apontando que hoje a VALE lucra ,em média, por ano 6 vezes seu valor de venda. Atualmente 60% do controle acionário da empresa está nas mãos do capital internacional.4- A ausência de uma política efetiva de Reforma Agrária no país: Estamos indignados com a situação da Reforma Agrária no Brasil. Dados consolidados apontaram 2007 como o pior ano da Reforma Agrária na história do país. Os dados de 2008 são absurdos e tendem a ser ainda pior , em MG foram assentadas apenas 50 famílias!!! Neste momento de crise é um verdadeiro crime privilegiar o agronegócio em detrimento de uma política séria de Reforma Agrária, que gera muito mais empregos.5- Questão Energética: Durante os últimos anos o discurso do “Estado mínimo” permitiu a privatização de empresas estatais entre elas as fornecedoras de energia. Os preços pagos pelas famílias desde então elevou-se enormemente, nos últimos 10 anos o aumento chega a 600%. A VALE é a maior consumidora de energia do Brasil, consome 5% de toda a energia produzida pelo país. Possui inúmeras hidrelétricas e algumas distribuidoras de energia. Acaba de fechar um contrato com empresas Estatais para pagar R$ 3,3 por cada 100kwatt/h, 20 vezes menos do que pagamos em nossas casas.Sairemos em Marcha por Belo Horizonte para demonstrar nossa disposição em Lutar e Resistir pelos interesses dos Trabalhadores.Marchamos!Contra as demissões e perdas de direitos pelos trabalhadores! As empresas lucraram muito nos últimos anos e não repartiram com os trabalhadores, pelo contrário o que vimos foram ataques aos direitos trabalhistas. Não é justo que no momento de crise elas penalizem os trabalhadores.Pela redução da jornada de Trabalho! Sem redução de salários e perda de Direitos ! Essa medida seria efetiva na manutenção e criação de postos de trabalho.Pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce! Doada em 1997 ao capital internacional! O vergonhoso leilão precisa ser anulado como forma de devolver ao povo brasileiro uma empresa de caráter estratégico para a economia e soberania nacional.Pelo fortalecimento da Reforma Agrária! Neste momento de crise uma medida essencial é o fortalecimento de uma política incisiva de Reforma agrária no seu sentido pleno, não restrito à entrega de lotes. Exigimos o assentamento das 150 mil famílias acampadas em todo o Brasil. Exigimos a imediata atualização dos índices de produtividade ora utilizados, que ainda são de 1975, de acordo com a proposta do MDA de 2005. Confiamos que esta medida contribui enormemente para agilizar o processo das desapropriações em diversos estados brasileiros e é um ponto central da luta pela Reforma Agrária.Pela Soberania Alimentar! Não comemos eucalipto! Este momento de crise econômica coincide com uma crise dos alimentos. O que vemos é uma alta absurda dos preços dos alimentos. Um dos motivos dessa crise é a destinação das terras para o plantio de agrocombustiveis e para as monoculturas de exportação. Que o governo estadual construa uma política de reforma agrária a partir das terras devolutas no estado e que não renove o contrato com as empresas plantadoras de eucalipto, como a Votorantin, Acesita, V&M, Cenibra, e outras.Pela imediata desapropriação da fazenda Nova Alegria de propriedade do Sr. Adriano Chafik Luedy, mandante e executor do massacre de Felizburgo, em 20 de novembro de 2004, em Minas Gerais. O processo já percorreu todos os trâmites burocráticos e encontra-se há mais 1 ano na mesa do Presidente da República aguardando somente sua assinatura.Pela desapropriação imediata da Usina Ariadinópolis, no Sul de MG, que é um símbolo de uma estrutura agrária atrasada que excluiu milhões de camponeses ao longo da história do Brasil. As dívidas da usina ultrapassam os 180 milhões de reais para com a União, o que a obrigou a abrir falência em 1993. Há 11 anos cerca de 400 famílias Sem Terra estão acampadas e produzindo nos mais de 6000 ha de terras de Ariadnópolis antes vazias. Já sofreram 6 reintegrações de posse. Não há justificativas para a não destinação de Ariadnópolis para a Reforma Agrária.

6° EIV- Estágio Interdisciplinar de Vivência de MG.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Marcha da Juventude


Juventude Trabalhadora em Marcha

Saíamos em marcha, como tantos antes de nós já fizeram. E em nossas fileiras, entre nossas bandeiras e nossa força, seguimos pelas ruas de Belo Horizonte. Desesseis quilômetros foram cortados pelos pés firmes dos jovens, denunciando a navalha da crise e lutando pela soberania brasileira. Desenhava-se em nossa marcha a indignação das trabalhadoras e dos trabalhadores. Os olhos que ela via traziam esperança e coragem. Partimos do bairro operário, Barreiro. Partimos da frente da transnacional Vallourec & Manesman. Nossas gargantas lembravam as demissões e férias impostas pela empresa, e jamais esqueceram sua milícia assassina, tampouco seus latifúndios de eucalipto. Nossos braços se erguiam em frente ao Bradesco. Ali se encontrava a imagem de uma das irregularidades jurídicas do leilão da Companhia Vale do Rio Doce. Em 1997, arrancaram de forma escusa uma parte da soberania do povo brasileiro.

E nossa voz não se cala frente ao Batalhão de Choque. Não treme ao encenar o papel repressor da polícia, não se cansa de mostrar a criminalização da luta dos movimentos sociais. Assiste a nossa representação àqueles que tanto nos reprimem. Exatamente os mesmo que disseram que não conseguiríamos chegar ao fim de nosso objetivo. Na avenida Amazonas, diante de toda sua grande circulação diária, a chuva recebe a juventude. E a anima, dando inspiração para vencer o cansaço. Ainda faltam muitos quilômetros para chegar à Ferrovia Centro Atlântica, no centro de Belo Horizonte, empresa pertencente ao grupo da Vale.

No caminho, os agitadores que conversavam com o povo percebiam nele a mesma indignação e a esperança simbolizadas na marcha, e nela se identificava. O exemplo de sacrifício desta pedagógica marcha convoca os trabalhadores a somar numa grande luta que realmente marque o fim do neoliberalismo, apontando para um projeto popular democrático para o país. Marchamos negando os privilégios e poder da burguesia, almejando que a necessária unidade da esquerda marche em luta nesse momento de crise. Por cima do viaduto Santa Tereza, as mãos são dadas. O passo acelerado sabe que está perto do fim da marcha. Em frente à Vale, a mesma Vale que prendera 120 jovens em 2007 em um ato pela anulação do leilão, os jovens se reuniram novamente. Se outrora a radicalidade estivesse expressa nas algemas que prendiam, agora o laço abraçava a Vale, dizendo que não vamos abandonar a luta. E venceremos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Manifesto de solidariedade ao povo palestino!



Os Movimentos Sociais, Entidades de Classe e Partidos abaixo assinados, vem a público manifestar seu repúdio ao massacre criminoso e genocida que está ocorrendo na Faixa de Gaza, promovido pelo Estado sionista (racista) de Israel. Sob o pretexto de combater o terrorismo do grupo palestino Hamas, assassina pessoas indefesas, em sua grande maioria, crianças e mulheres.

O Governo Israelense promove, mais uma vez, a tática de “ataques preventivos” adotadas pelo Governo Bush, como tem sido no Iraque e no Afeganistão, aumentando a violência contra o povo palestino, que há décadas, tem sua nação dividida e usurpada pela partilha imperialista de seu legítimo território (ver mapa no verso). No caso da Faixa de Gaza vem agravar o estado de privações, de todo o tipo, devido ao criminoso embargo promovido pelo governo israelense, levando a um confinamento total da população.

Os ataques ocorridos nessas últimas semanas já mataram e feriram milhares de pessoas. Toda a infraestrutura foi destruída, afetando o funcionamento de hospitais, escolas, comunicações e as demais necessidades básicas.

Pela dimensão do ataque e a generalização inescrupulosa do bombardeio, este já é um dos maiores genocídios praticados por armamento de guerra nesse século; Utiliza-se de armas condenadas por convenções internacionais, como bombas de fósforo e urânio empobrecido.

O terrorismo de Estado promovido pelo governo israelense, financiado pelo EUA, longe de por fim à crise estabelecida na região, apenas a aprofundará. Deve-se ressaltar que parte da população israelense não concorda com essa política do seu Governo.

As entidades abaixo assinadas condenam veementemente a carnificina promovida pelo Estado de Israel contra a população palestina exigindo:

1- Cessar fogo imediato e abertura da fronteira para a entrada de remédios, alimentos e de ajuda médica na Faixa de Gaza.

2- Pela autodeterminação do povo palestino e o reconhecimento de seus legítimos representantes eleitos.

3- Pela criação do Estado da Palestina e o fim das ocupações de Israel em seu território.

4- Pelo rompimento diplomático e comercial do Governo brasileiro com o Estado terrorista de Israel.

Dia 15/01/2009 – 15 h – Participe!
Concentração na Praça SETE

COMITÊ MINEIRO DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO

Abraço (Assoc Brás Radiodifusão Comunitária)
Cellos-MG (Centro Luta pela Livre O. Sexual)
Consulta Popular
CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil)
Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas)
CUT-MG (Central Única dos Trabalhadores)
DCE-UFMG (Diretório Central dos Estudantes)
FSM (Fórum Social Mineiro)
Força Sindical/ MG
Fearab (Federação Entidades Árabe-Brasileiras)
Fetaemg (Federação Trabalhadores da Agricultura)
Fitert (Fed Interest Trab Empr Radiodifusão e TV)
Fórum Mineiro de Saúde Mental
Fórum de Moradia do Barreiro
Grupo Fé e Política Paróquia S Dimas V Jatobá
Grupo “Gay” da Bahia
Guna (Assoc Nacional dos Universitários Prouni)
Instituto 25 de Março
Instituto Mineiro das Relações do Trabalho
InterSindical/MGMST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
PCB (Partido Comunista Brasileiro)PCO (Partido da Causa Operária)
PSTU (P. Socialista dos Trabalhadores Unificado)
PSOL (Partido do Socialismo e Liberdade)
PT (Partido dos Trabalhadores)
RC (Refundação Comunista)
Sindicato dos Jornalistas de MG
Sindicato dos Securitários de MG
SindRede-BH (Sind Trab Educ R Públ Municipal)
Sind-UTE/MG (Sindicato Único Trab Educação)
Sintect/MG (Sind Trab Empr Correios Telégrafos)
Sindieletro-MG (Sind Interm Trab Ind Energética)
Senalba-MG (Sind Empregados Entid Culturais)
Sindeess (Sind Trab Hosp Privados)
Sind-Saúde-MG (Sind Único dos Trab da Saúde)
Sindpol-MG (Sindicato Servidores da Polícia Civil)
Sinfarmig-MG (Sindicato dos Farmacêuticos)
Sinpro-MG (Sindicato dos Professores)
Sintert-MG (Sind Trab Empr Radiodifusão e TV)
Sitraemg (Sind Trab Poder Judiciário Federal)
UBES (União Brasileira Estudantes Secundários)
UJC (União da Juventude Comunista)UJS (União da Juventude Socialista).

Mobilização contra a Crise: Itabira (MG) para contra demissões

No dia 09 de janeiro as manchetes dos dois principais jornais de Minas Gerais apresentaram a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras da Vale (Companhia Vale do Rio Doce) contra as demissões de mais de 1500 trabalhadores desde o início da Crise Financeira.

Itabira localizada a 110 quilômetros de Belo Horizonte com cerca de 105 mil habitantes é o berço da mineração em Minas Gerais. Mais de 70% da arrecadação do município gira em torno da atividade mineradora. Em Itabira, existem 7200 empregados diretos e terceirizados da Vale. Os sindicatos calculam que 1560 trabalhadores já foram demitidos e que poderá haver novas demissões.

Durante o dia 08 de janeiro a Frente em Defesa do Emprego e das Cidades Mineradoras – formada pelos movimentos sindicais, populares, entidades civis, Igrejas e autoridades públicas – organizaram uma jornada de lutas com as seguintes bandeiras:

Nenhuma demissão, estabilidade no emprego para os trabalhadores da Vale e os terceirizados. Pela readmissão dos demitidos.

Pela manutenção dos direitos conquistados pelos trabalhadores em décadas de luta.

Redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de salário, para que todos possam trabalhar.

Manter a produção em níveis normais e compensação financeira da Vale aos municípios mineradores, para manter a arrecadação atual.

Se a Vale recusar garantir a estabilidade e demitir em massa que seja reestatizada, sem indenização.
Criação de Frentes de Trabalho para a absorção dos desempregados.

Na parte da manhã o Sindicato METABASE junto com representantes de partidos de esquerda, sindicalistas e militantes de movimentos sociais e populares tentaram paralisar a Mina de Conceição da Vale em Itabira realizando um protesto com cerca de 150 pessoas. Com forte aparato policial e muita intimidação feita aos operários a Diretoria da Vale em Itabira conseguiu abortar a paralisação.

Durante o protesto o camarada Túlio Lopes, representando o Comitê Estadual do PCB e a União da Juventude Comunista - UJC saudou os trabalhadores e as trabalhadoras da Vale de Itabira, seu sindicato de luta e as entidades dos movimentos sociais e populares que construíram a mobilização e disse que “os trabalhadores devem responder os efeitos da Crise Econômica Mundial com unidade, mobilização e muitas lutas”.

Na parte da tarde os manifestantes se reuniram na Praça Acrísio onde houve uma concentração Cívica com Atividades artísticas e Culturais e uma Tribuna Popular aberta às entidades dos movimentos sindicais, populares, religiosos, culturais, e demais segmentos da sociedade civil.

No final da tarde os manifestantes (mais de duas mil pessoas) marcharam até a Praça da Rodoviária onde houve um ato público promovido pela Frente em Defesa do Emprego e das Cidades Mineradoras.

Segundo Paulo Soares de Souza (Presidente do Sindicato METABASE) “além das demissões a Vale quer flexibilizar direitos trabalhistas e reduzir salários”. A mobilização contou, dentre outras organizações, com a presença da Central Única dos Trabalhadores, da Coordenação Nacional de Lutas e do Movimento Nacional das Fábricas Ocupadas.

Por César Dias - EXPRESSO VERMELHO – Janeiro de 2009.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Documento de convocação para o 12° CONEB da UNE

No ano de 2008 a UJC participou de mobilizações em diversas Universidades brasileiras, em defesa da democratização do acesso, da permanência, e da qualidade do ensino superior no país. Através de uma política de construção junto às bases de um projeto de Universidade Popular, ampliamos nossa participação em CA´s, DA´s, Executivas de Curso e DCE´s.

Partindo do entendimento de que a UJC deve atuar em cada um desses espaços com uma política nacional unitária, realizamos o I Encontro Nacional de Estudantes, em São Paulo, no mês julho. Neste fórum, reafirmamos o nosso reconhecimento e participação na UNE e UEE´s como força de oposição ao campo majoritário e proponente da transformação de suas estruturas de organização.

Isto posto, informamos a militância da realização do 12° Conselho Nacional de Entidades de Base – CONEB, entre os dias 17 e 20 de janeiro de 2009, na cidade de Salvador, Bahia. O encontro acontecerá na Universidade Federal da Bahia, e terá como principal pauta o debate do projeto de Reforma Universitária dos Estudantes, documento que tem como eixos:

· Autonomia Universitária
· Financiamento
· Democracia
· Acesso
· Assistência Estudantil
· Ensino Privado
· Reestruturação acadêmica e curricular
· Ensino Profissional
· Pesquisa
· Extensão

Dada a importância das pautas, avaliamos a limitação deste espaço, que não contou com uma ampla divulgação, além de ser convocado para um período de difícil mobilização dos estudantes. Essas dificuldades foram impostas por uma estrutura organizativa que condiciona uma política de distanciamento da base do movimento estudantil.

No entanto, o fórum contará com a participação de 2.300 CA´s e DA´s credenciados em todos os Estados, e ocorrerão grupos de trabalho, seminários temáticos, plenárias autogestionadas e mesas de debates, além da participação de movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Torna-se, desta forma, um locus privilegiado para a exposição da política da UJC para os estudantes e conseqüente crescimento da influência e da base da organização no movimento estudantil.

Diante dessas considerações, a Coordenação Nacional da UJC convoca todos os militantes do movimento estudantil a comparecerem ao CONEB para uma atuação organizada e potencializada na base do movimento, visando a capilarização de nossas propostas e o acirramento da luta da contra-hegemonia socialista pela transformação da sociedade. Com esses objetivos, organizaremos uma Plenária Nacional para discussão do projeto de Universidade Popular e do planejamento da nossa organização nas mobilizações em 2009.

Explicitada a centralidade e a possibilidade de interferência nesse espaço político, esperamos a mobilização de toda a militância da UJC e do movimento A Hora é Essa! para darmos prosseguimento à construção da política e das lutas estudantis.

Rumo à construção da Universidade Popular,
Ousar lutar, Ousar vencer!

Coordenação Nacional da UJC.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ato dos movimentos sociais em solidariedade ao povo palestino

ATO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS EM SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO
DIA 06/01/2009.
LOCAL: Casa dos Jornalistas
(Av. Alvares Cabral, 400 - Centro- BH/MG)
HORÁRIO: a partir das 16:00 horas.