quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

UJC - Declaração Política

A mais grave crise da história do capitalismo bate às portas da humanidade, anunciando várias conseqüências negativas para o proletariado. Para tentar sair da crise, o capital não pensa duas vezes ao saquear os cofres públicos para salvar banqueiros e oligopólios; não vacilara um minuto em atacar ainda mais os salários, os direitos sociais e trabalhistas, além de diminuir a qualidade dos serviços públicos; não tergiversara um só instante ao aprofundar a exploração e a barbárie, sem se importar com o agravamento da fome e da miséria; não titubeara em recorrer a mais guerras e agressões militares nem em recrudescer a criminalização aos movimentos sociais e às organizações populares e revolucionárias. Cada vez mais se acentuará no mundo a contradição entre o capital e o trabalho.

Neste contexto, o imperialismo estadunidense a fim de dar uma sobrevida a seu sistema de dominação, já que vem enfrentando uma das maiores crises da história universal, volta seus olhares e garras sobre a América Latina. Como exemplo, tomamos a continuidade do nefasto bloqueio econômico imposto a Cuba, que heroicamente resiste há 50 anos sem dobrar-se ao imperialismo, mantendo-se com todas as vicissitudes, no rumo da construção da sociedade socialista. Como parte de nossas manifestações de solidariedade a Cuba Socialista, a UJC fazemos parte da Brigada de Solidariedade a Cuba e comemoraremos, sem vacilações, os 50 anos de nossa Revolução Cubana ao longo do ano.

O capital e o imperialismo, no bojo da sua crise, vem sofrendo uma resistência ferrenha pelos povos que não aceitam mais tal tipo de dominação. Um dos casos exemplares é a luta dos trabalhadores e do povo grego contra a opressão do capital e a constante diminuição e precarização dos direitos dos trabalhadores naquele país. A resistência que se manifestou através de confrontos de rua contra a policia grega e nos processos de greve geral, abrem a possibilidade de um acúmulo para a construção de mecanismos de poder popular que façam avançar as lutas pelo socialismo.

No oriente médio, alguns setores do povo palestino resistem à ofensiva do Estado Sionista de Israel. A política de eliminação física do povo palestino levada a cabo pela chanceler Tzipi Livni, filha de militantes do grupo terrorista Irgun, fundado na década de 1920 por Zeev Jabotinsky, amigo pessoal de Mussolini mostra que tanto o Kadima quanto o Likud, são farinha do mesmo saco, disputando a legitimidade do legado de Jabotinsky. A Direita Sionista, sustentada pela burguesia israelense e pelo imperialismo estadunidense, aposta na reconstrução de um estado chamado Israel que tenha suas fronteiras delineadas pelos versículos bíblicos e que reconduzam o povo de Israel, no sentido de todos os judeus, para a reconstrução do templo e a redenção do povo escolhido. Para tanto, buscam junto à teoria revisionista garantir uma maioria judaica no Estado, custe o que custar, o chamado Iron Wall. Isso envolve, inclusive, a eliminação física do povo palestino. No entanto não podemos confundir governo, classes e Estado. Há uma resistência binacional ferrenha comungada entre israelenses e palestinos pela superação da lógica do muro de ferro e pela convivência pacifica de povos co-irmãos. O Partido Comunista Israelense condena o massacre cometido pela direita sionista contra o povo palestino de Gaza e mobiliza amplos setores em uma frente popular contra o fascismo revisionista. Não podemos deixar de atentar para uma confluência conjuntural entre interesses nacionais sionistas revisionistas e interesses imperialistas estadunidenses. A UJC toma partido nessa querela atentando para o estabelecimento de uma linha justa, que não permita nem a ascensão do fascismo sionista revisionista, tampouco do anti-semitismo e do fundamentalismo islâmico.

No cenário nacional, os Jovens Trabalhadores da UJC vem somando esforços na construção da Corrente Sindical Unidade Classista e no fortalecimento da INTERSINDICAL e participaremos das mobilizações dos trabalhadores no enfrentamento dos efeitos da Crise Econômica Mundial.

Estivemos presentes no Seminário Internacional Juvenil pela Paz na Colômbia e no XIIIº Congresso da Juventude Comunista Colombiana, reafirmamos nossa solidariedade irrestrita a JUCO na luta pela Paz Democrática, com justiça social e econômica na Colômbia. Denunciamos à comunidade internacional as atrocidades cometidas pelo Governo fascista de Uribe através de sua política de “segurança democrática” onde se mata inocentes jovens colombianos para propagandear falsas estatísticas (Falsos positivos) de mortos em combate contra a insurgência. Não colaboramos com a satanização e criminalização de organizações políticas insurgentes, como as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e defendemos o processo de negociação política (através da UNASUR) reconhecendo o conteúdo político, econômico e social do conflito colombiano.

Estaremos em Belém (Para) no Fórum Social Mundial levando a seguinte mensagem dos jovens comunistas - Socialismo: o outro mundo possível. A crise enterra as ilusões dos que pretenderam humanizar o capitalismo.

Participamos desde a primeira hora da campanha nacional O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO! A ocupação do prédio da PETROBRAS e a luta contra a décima rodada de licitação do Petróleo foram as primeiras ações desta campanha de fundamental importância na qual nós da UJC impulsionaremos em todas nossas frentes de atuação nos Estados onde estamos organizados.

A soberania nacional é ponto chave nesta discussão. Não é a toa que novamente os esquifes imperialistas navegam em nossas águas territoriais, nos lembrando das peripécias de articulação dos golpes na América Latina. Durante 40 anos a quarta frota não colocava suas “asinhas de fora” e agora vem para bisbilhotar as novas descobertas de ouro negro feitas em nosso território. Não fazem esse tipo de ameaça sem aliados. Seus comparsas são lobos em peles de cordeiros, o governo Lula e seus aliados, inclusive o PC do B vem rezando na cartilha do Império. A ANP demonstra-se cada vez mais vacilante e inclusive entreguista com o patrimônio nacional estratégico. Doou a empresa Haliburton os bancos de dados da Petrobras, construídos durante 50 anos de dura e árdua pesquisa autônoma e nacional na área petrolífera.

Vamos ao 12º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE para trazer a UNE para a luta dos estudantes na perspectiva da construção da Universidade Popular. Defendemos que a UNE tenha autonomia frente ao Governo Lula, que a entidade possa avançar na organização e luta do movimento estudantil brasileiro, que busque a unidade de ação com organizações nacionais como a INTERSINDICAL e o MST e tenha propostas avançadas para transformarmos as estruturas das universidades brasileiras. Rechaçamos o divisionismo e o paralelismo no movimento estudantil brasileiro nos esforçando para que a entidade nacional dos estudantes universitários possa contribuir de fato com as lutas gerais da juventude brasileira. Saudamos a iniciativa da UNE de construção junto a Organização Caribenha e Latino Americana dos Estudantes - OCLAE da primeira bienal Latino Americana de Cultura e Arte.

Defendemos a construção de uma FRENTE POLÍTICA baseada num programa comum e na unidade de ação, não apenas para disputar eleições, mas para unir, organizar e mobilizar os setores populares num bloco histórico para lutar por uma alternativa de esquerda para o país, capaz de galvanizar os trabalhadores pelas transformações econômicas, sociais e políticas, na perspectiva do SOCIALISMO.

A União da Juventude Comunista, UJC, em seus 81 anos de história, reorganizada em 2005, configura a mais antiga organização de juventude em atividade no Brasil. Carregamos em nossa trajetória inúmeras bandeiras, sendo que várias delas, ainda hoje demonstram vigência e atualidade. A grande jornada nacional de luta pelo petróleo, a luta contra o fascismo e o imperialismo, a luta pela livre associação e a luta pela paz e o socialismo.

Em 2009, realizaremos nosso Congresso Nacional na perspectiva de buscar uma maior inserção e organização da UJC em várias frentes de luta. A atual conjuntura nos requer maiores responsabilidades na compreensão e na prática coletiva, para alçarmos a UJC como força política nacional capaz de impulsionar as lutas da juventude brasileira e estar condizente com sua história de lutas.

Viva a União da Juventude Comunista!
Comissão Política Nacional da UJC – BRASIL
Rio de Janeiro, 03 de janeiro de 2009.

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