terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Frente Nacional de Resistência Popular inicia o ano de 2010

A Frente Nacional de Resistência Popular retomou em 7 de janeiro suas atividades para este ano, realizando um comício em Tegucigalpa que começou na Universidade Pedagógica Francisco Morazán até o Congresso Nacional da República no centro da capital, que envolveu milhares de hondurenhos de diversas organizações sociais agrupadas em torno da resistência.

Os manifestantes estavam muito entusiasmados e com muita energia gritavam palavras de ordem sem parar, queimaram fogos de artifício e pintaram mensagens nas paredes de vários edifícios. Foi bastante estranho que não houvesse presença policial e militar durante a marcha. Não sabemos a razão desta ausência; apenas alguns soldados e policiais guardavam no Palácio Legislativo, mas felizmente não houve repressão.

A Frente de Resistência Popular, em seu comunicado número 44, entre outras demandas, rejeitou a pretensão da ditadura de retirar Honduras da Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), assinada em outubro de 2008 e cujo principal objetivo é beneficiar os setores populares e os mais pobres do nosso país através de vários projetos humanitários.

Portanto, a resistência repudia as medidas econômicas promovidas pela oligarquia contra o povo e denuncia a flagrante intenção de destruir as conquistas sociais dos setores populares, tais como a redução do salário mínimo, a revogação do estatuto dos professores, a desvalorização da moeda e outras medidas contra o povo.

A Frente de Resistência Popular denuncia à comunidade internacional o Estado de repressão em que vive a população de Honduras, que foi aprofundado no final do ano passado com o aumento de assassinatos, perseguições e exílio dos companheiros e companheiras; rejeitamos os planos da ditadura para aprovar uma anistia para os golpistas e perdoar os crimes contra a humanidade cometidos por eles mesmos.

A resistência mantém a exigência do retorno à ordem constitucional e a instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte democrática e popular, de acordo com o direito do povo soberano para definir a sociedade em que vive.

Rafael Alegría, coordenador da Frente, disse: "esta primeira grande marcha de 2010 significa a vitória e o triunfo do movimento popular, que recomeçou este ano com fervor patriótico e revolucionário. Os movimentos populares se preparam para tomar o poder político no país e a resistência é o maior e mais aceito movimento popular em Honduras".

Juan Barahona disse que "hoje, 7 de janeiro, quando se cumprem 194 dias de resistência contra o golpe de Estado, estamos realizando a primeira marcha com objetivos concretos como a defesa dos direitos humanos em Honduras, a defesa da ALBA; continuamos a exigir a Assembléia Nacional Constituinte, lutaremos pelo respeito aos direitos trabalhistas. Sobre as supostas acusações feitas pelo Procurador-Geral do Estado sobre possíveis mandados de prisão para a cúpula das Forças Armadas, e levá-los a tribunal por terem afastado o presidente Zelaya do país em 28 de junho de 2008, sabemos que é apenas um show para justificar a anistia que está pronta para passar no Congresso na próxima semana, porque um golpe nunca acusa outro golpe".

Comunicações Via Campesina em Honduras.

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